Foto: Divulgação / Ibama
Careiro, Amazonas – Um drama de sobrevivência e resiliência se desenrolou no coração da Amazônia, quando um lavrador foi picado por uma cobra venenosa e passou quatro angustiantes dias à espera de socorro. A história ganhou um final feliz graças à ação dos brigadistas do Ibama.
O incidente ocorreu na segunda-feira, 30 de outubro, na remota região de Careiro, no interior do Amazonas. Um lavrador, Cícero José de Oliveira, de 43 anos, foi picado por uma surucucu-pico-de-jaca, considerada a maior serpente peçonhenta das Américas, de acordo com o Instituto Butantan.
Cícero estava realizando medições de terreno juntamente com dois outros indivíduos quando foi mordido. A picada provocou uma intensa dor e um sangramento significativo, o que o levou a temer pelo pior. Ele e seus companheiros tentaram buscar ajuda por conta própria, percorrendo cerca de mil metros em direção a uma estrada, mas a perna ferida acabou travando.
Foram dias de angústia e incerteza, alimentando-se apenas de palmito após ficarem sem comida. A situação ficou ainda mais crítica quando a água também se esgotou no domingo.
A notícia do incidente chegou aos ouvidos da Secretaria Municipal de Saúde, que tomou a iniciativa de solicitar auxílio à equipe do Prevfogo do Ibama, que estava envolvida na operação de combate aos incêndios florestais na região. O resgate não seria tarefa fácil, pois o local era de difícil acesso, mesmo com o uso de aeronaves.
Dois brigadistas, Jeffite Cordeiro Ambrósio e José Augusto Antunes, ambos com formação em enfermagem, partiram da base em Manaquiri, uma das áreas da Operação Amazonas 2023. Entraram na mata às 11h40 e embarcaram em uma jornada de seis horas e 17 km para localizar Cícero.
“Antes de sair da base, pesquisei na internet sobre a cobra. Sabia que se tratava de um animal venenoso e cuja picada causa dor extrema. Na ida, dizia para os companheiros manterem a calma e seguir a linha de raciocínio de que tudo daria certo. Ao encontrá-lo, perguntei: numa escala de zero a dez, qual a intensidade da dor? Ele respondeu: nove”, contou Ambrósio.
Os brigadistas rapidamente aplicaram o soro antiofídico no lavrador, uma ação que pode ter salvo sua vida. Após cinco horas adicionais de caminhada, o grupo conseguiu chegar à cidade de Careiro, onde Cícero foi hospitalizado e passa por tratamento. Felizmente, ele está fora de perigo e se recupera bem.
(*) Com informações do G1
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