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“Ele queria me humilhar “, diz advogada sobre promotor que a comparou com uma ‘cadela’

Caso aconteceu na última quarta-feira (13); Ministério Público diz que vai apurar os fatos

“Ele queria me humilhar “, diz advogada sobre promotor que a comparou com uma ‘cadela’

Foto: Reprodução / Redes Sociais

Manaus, AM – No cenário de um tribunal no Amazonas, uma advogada criminalista, Catarina Estrella, tomou medidas legais após uma contundente declaração feita pelo promotor de Justiça, Walber Luís do Nascimento, que a comparou a uma ‘cadela’. O incidente, que ocorreu durante uma sessão de julgamento presidida pelo juiz de Direito Carlos Henrique Jardim, desencadeou uma série de respostas das Associações de Advogados e da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM).

“Me deu um sentimento de impotência”, conta de Catarina Estrella ao ouvir as palavras do promotor Nascimento, que utilizou essa analogia prejudicial em sua argumentação final durante o julgamento de um réu acusado de tentativa de homicídio perante o júri popular. O momento controverso foi registrado em vídeo pela própria advogada.

“Ele queria me humilhar, rebaixar e comparar a uma cadela. Eu sou uma pessoa estudiosa, que já tive sucesso em vários processos e não me via passível de violência desse tipo, pois sei me impor. Mas, quando ele agiu daquele modo, eu vi que claramente ele estava passando de todos os limites. Ele queria me menosprezar até o menor espaço”, declarou Estrella. “Eu sei que a minha filha vai sofrer hoje junto comigo”, complementou emocionada.

A sessão do júri popular começou na segunda-feira e, de acordo com Estrella, durante os primeiros dias já havia notado comentários desrespeitosos do promotor Nascimento. Além disso, ela tentou registrar cinco nulidades que ocorreram durante o julgamento, mas o juiz Carlos Jardim não atendeu ao seu pedido. Catarina Estrella também enviou um vídeo e um e-mail à Corregedoria do Ministério Público do Amazonas (MP-AM).

“O único momento que o juiz permitiu consignar foi nesse momento. Os outros quatro anteriores ele (o juiz) não deixava. Então, isso já era uma quebra de prerrogativa minha. Eu sofri uma violência crescente até que chegou a uma hora que fui chamada de cadela. E ele (o juiz) nada fez. Eu entendo que tem que haver punição porque ele (o Juiz) não estava presidindo a audiência. E infelizmente o Juiz nada fez. E acredito sim! Que o Tribunal de Justiça vai fazer alguma coisa”, disse Estrella. “Eu considero que passei hoje como violência institucional”.

A Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas no Amazonas (Abracrim-AM) apresentou uma representação ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) em resposta ao incidente, buscando responsabilização.

O presidente da OAB-AM, Jean Cleuter Mendonça, mencionou que será realizada uma sessão extraordinária do conselho da instituição para decidir se uma investigação será aberta tanto contra o promotor Walber Luís do Nascimento quanto contra o juiz Carlos Henrique Jardim.

Para Alan Jhony Fonseca, presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas e Valorização da Advocacia da OAB-AM, essa ofensa não é dirigida apenas a Catarina Estrella, mas a toda a classe de advogados, e a OAB está determinada a buscar justiça e responsabilidade pelas violações das prerrogativas dos advogados.

Até o momento, o TJAM-AM não emitiu um comunicado oficial, e o MP-AM informou que irá apurar os fatos antes de se pronunciar formalmente. A Associação Amazonense do Ministério Público (AAMP) expressou apoio ao promotor de Justiça Walber do Nascimento, enquanto este negou ter chamado Catarina Estrella de ‘cadela’, alegando que ela agiu de forma desleal durante a sessão de julgamento em uma entrevista à TV A Crítica.

(*) Com Informações da a crítica

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1 Comentário

1 Comentário

  1. MARIA DAS GRACAS GUEDES COSTA 14/09/23 - 18:35

    Se o bulying acontece dentro dos tribunais. imaginem fora.

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