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PF prende quatro advogados acusados de integrar ‘núcleo jurídico’ do Comando Vermelho no AM

Operação cumpriu mandados de prisão preventiva e busca e apreensão; grupo é suspeito de repassar ordens de chefes da facção e gerenciar tráfico de drogas

PF prende quatro advogados acusados de integrar ‘núcleo jurídico’ do Comando Vermelho no AM

Advogado ligado ao CV é levado à superintendência da PF em Manaus. — Foto: Reprodução/YouTube

Manaus, AM – A Polícia Federal (PF) prendeu quatro advogados na manhã desta quinta-feira (6) em Manaus, sob a acusação de integrarem o núcleo jurídico do Comando Vermelho (CV) no Amazonas. A operação cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal, em endereços residenciais e profissionais da capital.

De acordo com as investigações, os advogados atuavam como elo entre os líderes da facção presos e a organização criminosa, repassando ordens, gerenciando o tráfico de drogas e lavando dinheiro do crime. A ação é um desdobramento da Operação Xeque-Mate, que visa interromper a comunicação e o comando da facção dentro e fora dos presídios.

Ligação com ‘Alan do Índio’ e atuação interestadual

Segundo a PF, os profissionais estariam ligados a Alan do Índio, considerado um dos principais conselheiros do Comando Vermelho e atualmente foragido. Ele é apontado como um dos alvos da megaoperação ocorrida há dez dias no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortos.

As investigações revelaram que o grupo usava suas prerrogativas profissionais para acessar o sistema prisional e, sob o pretexto de atividades de advocacia, repassava bilhetes, ordens e dinheiro da facção. A estrutura criminosa teria alcance interestadual e internacional, com 13 ‘conselheiros’ sediados no Rio de Janeiro e em países da América do Sul.

Acusações e estrutura do esquema

Os advogados são acusados de coordenar a logística e o transporte de drogas vindas da Colômbia, gerenciar pontos de venda no Amazonas e lavar recursos ilegais. A PF apreendeu dinheiro, um carro, documentos e computadores durante as buscas.

A investigação aponta que as prerrogativas da advocacia foram usadas de forma ilegal para manter a estrutura da facção, coordenar represálias, firmar acordos entre estados e movimentar recursos financeiros de origem criminosa.

Defesa e acompanhamento da OAB

A defesa dos quatro presos – identificados como Gederson Zuriel de Oliveira Menezes, Alisom Jogfer Tavares Canto de Amorim, Janai de Souza Almeida e Ramyde Washington Abel Caldeira Doce Cardozo – informou que ainda não teve acesso aos autos do processo e afirmou que os advogados defendem pessoas que cometeram crimes, mas não são integrantes da facção.

A Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi acionada para acompanhar a operação. A entidade se pronunciará oficialmente após a conclusão dos trabalhos policiais. O caso segue sob investigação para desarticular completamente a estrutura de comando da facção no estado.

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