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Educação

Professora da UEA, doutora Elaine Andreatta, recebe prêmio de reconhecimento acadêmico

Com apoio da Fapeam, a pesquisa de Elaine Andreatta dá visibilidade às memórias de mulheres em privação de liberdade e conquista reconhecimento nacional em Direitos Humanos

Professora da UEA, doutora Elaine Andreatta, recebe prêmio de reconhecimento acadêmico

Foto: Arquivo pessoal

Manaus, AM – A professora doutora Elaine Pereira Andreatta, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), foi reconhecida com o V Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos – Unicamp/Instituto Vladimir Herzog (IVH) 2025. A premiação distingue pesquisas que contribuem para a defesa da vida, da dignidade humana e da justiça social, reafirmando o papel da universidade na transformação da sociedade.

O trabalho laureado foi a tese “Narrativas de exclusão e resistência: memórias de mulheres em privação de liberdade”, defendida em 2024 no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp. A pesquisa foi contemplada na categoria Artes, Comunicação e Linguagem, uma das cinco áreas reconhecidas pelo prêmio, ao lado de Educação, Ciências Humanas e Sociais, Ciências Biológicas e da Saúde, e Ciências Exatas e Tecnológicas.

A investigação recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), o que reforça a importância do fomento regional para o fortalecimento da produção científica na Amazônia e sua inserção em debates nacionais de relevância social.

Para Elaine Andreatta, o reconhecimento extrapola o âmbito pessoal e reflete a contribuição coletiva de suas interlocutoras. “Só foi possível chegar neste momento porque as mulheres privadas de liberdade compartilharam comigo suas histórias”, afirmou. Segundo a pesquisadora, o prêmio representa uma oportunidade de dar visibilidade a trajetórias marcadas por desigualdades sociais, racismo, exclusão e pela priorização do encarceramento como medida punitiva.

A docente destacou que o processo de pesquisa foi desafiador tanto no plano acadêmico quanto no humano. Ao lidar com histórias permeadas por abandonos, violências e desigualdades, encontrou também estratégias de resistência e de manutenção da vida. Para ela, esse contato exigiu sensibilidade ética e reafirmou a impossibilidade de apagar a subjetividade do pesquisador no ato de escuta e de análise.

Elaine ressaltou ainda que o prêmio amplia o alcance das memórias femininas e fortalece debates sobre políticas educacionais em ambientes de privação de liberdade, políticas de memória feminina e de acesso à leitura e à escrita. Acrescentou que, para além da academia, é necessário construir discursos que questionem a lógica punitiva e revelem as violações de direitos humanos presentes no sistema prisional.

Instituído pela Unicamp em parceria com o Instituto Vladimir Herzog, o prêmio contempla pesquisas concluídas e aprovadas em instituições públicas paulistas no ano de 2024. A iniciativa reafirma o compromisso das universidades com a produção científica responsável, a justiça social e o estímulo à empatia e à solidariedade.

Com trajetória consolidada, Elaine Andreatta é doutora em Linguística Aplicada pela Unicamp, mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), especialista em Ensino-Aprendizagem de Língua e graduada em Letras pela UNIJUÍ-RS. Atualmente, é professora adjunta na UEA, colíder do GEPPPE-UEA, integrante do grupo Nós-Outros: Linguagem, Memória e Direitos Humanos do IEL/Unicamp e coordenadora do programa de extensão “Letramentos de (re)existência”, dedicado a práticas de leitura e escrita em uma perspectiva de educação em direitos humanos.

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