Manaus, AM – Em recente entrevista ao Conexão Política, Helena Dantas, candidata a vereadora pelo Rede Sustentabilidade, compartilhou sua trajetória e propostas, destacando sua atuação como voluntária em causas ambientais e seu trabalho com comunidades ribeirinhas e agricultura familiar. Acadêmica de Gestão Ambiental, Helena se dedica há três anos ao ativismo socioambiental, sempre como voluntária. Em 2022, foi reconhecida como Defensora dos Rios e Oceanos pela Embaixada Francesa, devido ao projeto “Iguatu”, desenvolvido com apoio do Fundo Casa Socioambiental, e implementado no Parque das Tribos, o primeiro bairro indígena de Manaus.
Helena expressou seu desejo de ampliar sua contribuição ao desenvolvimento sustentável de Manaus, promovendo uma cidade mais justa e fiscalizando a aplicação das leis ambientais. Para ela, a falta de representatividade nas esferas de poder é o que a motiva a entrar na política. “Posso fazer muitas coisas pela sociedade”, disse, reforçando sua determinação em ocupar um espaço que julga carente de vozes como a dela.
Sobre a questão ambiental em Manaus, Helena destacou que o descaso do poder público é evidente e que é necessário fortalecer o diálogo com a sociedade para promover uma maior consciência ambiental. Ela acredita que apresentar propostas e projetos consistentes é a chave para a preservação ambiental. Em relação à seca que vem afetando, de maneira crescente, anualmente, a região, Helena enfatizou que a natureza vem dando sinais há anos de que precisa de cuidados, e a atual situação é um reflexo de uma negligência gradativa. “O poder público e a sociedade precisam dar mais atenção a essa realidade”, alertou.
Helena também comentou sobre o projeto Iguatu, desenvolvido no Parque das Tribos, cuja principal meta era promover a educação ambiental nas comunidades, especialmente nas periferias. O projeto focou na conscientização do público infantil e geral, abordando a importância da preservação dos recursos hídricos e do meio ambiente. “Realizamos uma grande ação com universitários e moradores da comunidade, promovendo o Dia Mundial da Limpeza no ano passado”, destacou.
Em relação às comunidades ribeirinhas, Helena criticou a falta de apoio do poder público, salientando que essas áreas possuem particularidades que não são devidamente atendidas. Para ela, é urgente valorizar e garantir direitos básicos a essas populações, que desempenham um papel fundamental na manutenção das zonas urbanas. “Manaus já foi uma cidade flutuante,” disse Helena, “e precisamos resgatar essa valorização, trazendo o básico para as comunidades ribeirinhas, como educação, acesso à água de qualidade e energia.”
A agricultura familiar rural também é uma das preocupações de Helena. Ela lamenta a falta de valorização do trabalho dos pequenos agricultores, que são essenciais para a base alimentícia da região. “A agricultura familiar precisa ser colocada em atenção,” afirmou, destacando que é crucial eleger representantes que realmente olhem para essa população. Helena enfatizou a importância de não apenas votar em bons candidatos, mas também garantir que eles cumpram suas propostas e ofereçam soluções reais para melhorar as condições de vida e trabalho dos agricultores.
Ao abordar a questão do acesso à cultura nas periferias, Helena apontou que, embora haja iniciativas, elas ainda são insuficientes para atender à demanda. Ela defende a criação de mais projetos culturais com recursos adequados para sustentar essas ações nas comunidades, acreditando que isso poderá transformar significativamente a vida dos moradores das áreas mais afastadas do centro. “Com mais projetos funcionando, podemos garantir que a arte e cultura sejam priorizadas em toda a cidade, não apenas nas áreas centralizadas”, disse.
Leia mais:
- Vídeo: Ribeirinho viraliza ao salvar boto de seca no Amazonas
- Amazônia: A luta pelo acesso a água potável nas comunidades ribeirinhas