Manaus, AM – Especialistas em meteorologia apontam que as chuvas na região do Amazonas estão mais frequentes, mas as previsões indicam um ‘inverno amazônico’ de intensidade fraca para este ano, devido ao fenômeno El Niño. Este padrão climático impacta o início das chuvas, segundo a climatologia local, que considera outubro e novembro como meses de transição da estação seca para a chuvosa, conhecida como “Inverno Amazônico”.
A meteorologista Deydila Bonfim explicou que o El Niño está influenciando as chuvas de forma tímida, devido ao aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico. Isso resulta na inibição da formação de nuvens robustas, reduzindo as chuvas em grande parte da Amazônia Legal. A expectativa é de um aumento gradativo nas frequências e intensidades das chuvas, mas os volumes ainda serão impactados pelas condições oceânicas.
Com a retomada das chuvas, inicia-se o processo de cheia dos rios na região, marcando as duas estações definidas pelos amazonenses: a chuvosa, com o maior volume de chuvas, e a seca, com menos chuvas. O pesquisador em Geociências, André Santos, observa o aumento do volume dos rios, com exceção de algumas regiões, como o alto rio Negro, médio rio Negro e o rio Branco em Roraima, onde as mínimas são registradas entre fevereiro e abril.
Após a seca histórica, a preocupação agora recai sobre a magnitude da cheia. Santos destaca que um evento de seca grande não necessariamente antecipa uma cheia proporcional. Ele desmistifica a crença de que a seca precede uma grande cheia, ressaltando que o El Niño continua a influenciar, reduzindo a magnitude da cheia.
Quanto ao pico da cheia em 2024, Santos indica que a previsão será possível após março, quando o Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgará o primeiro alerta de cheias, mantendo a região atenta às mudanças climáticas.
(*) Com informações do RealTime1
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