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Economia

Programa de descontos do governo Lula impulsiona mercado de automóveis, mas benefícios tendem a ser passageiros

Deflação dos automóveis novos chega a 2,76% no IPCA de junho

Programa de descontos do governo Lula impulsiona mercado de automóveis, mas benefícios tendem a ser passageiros

Foto: Reprodução / Agência Brasil

Rio de Janeiro, RJ – Sob o impacto do programa de descontos implementado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma redução expressiva de 2,76% nos preços de automóveis novos foi registrada em junho, marcando o maior declínio em 11 anos no mercado brasileiro. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), trouxeram alívio aos consumidores, mas especialistas alertam que os benefícios podem ser de curta duração.

O programa de descontos, que focou principalmente nos chamados carros populares, proporcionou um alento aos compradores, que puderam adquirir veículos com valores mais acessíveis. No entanto, a medida foi pontual e teve seu término anunciado pelo governo no início deste mês, o que deverá resultar em um retorno gradual dos preços aos valores normais.

De acordo com Milad Kalume Neto, diretor de desenvolvimento de negócios da consultoria Jato Dynamics do Brasil, após a extinção do programa, os preços devem voltar a subir, colocando o consumidor diante de valores mais elevados novamente.

O setor automobilístico sentiu os reflexos dos altos juros e das restrições na concessão de crédito, que têm sido obstáculos para a produção e venda de carros no país. A redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central, prevista para agosto, pode amenizar a situação, mas os especialistas ressaltam que será necessária uma redução acumulada ao longo do tempo para que o impacto seja significativo no setor.

A pandemia de Covid-19 desestabilizou as cadeias produtivas globais, aumentando os custos de fabricação dos veículos, o que influenciou nos preços finais dos carros. Dessa forma, mesmo com o programa de descontos do governo Lula impulsionando o mercado, a inflação acumulada de 0,49% em 12 meses até junho para carros novos e a deflação de 3,08% para carros usados demonstram a volatilidade do cenário automobilístico brasileiro.

A medida do governo federal, embora tenha proporcionado uma trégua momentânea para os consumidores, não apresenta um efeito duradouro, de acordo com os economistas. Ainda que tenha impulsionado as vendas e evitado paralisações nas fábricas, a expectativa é de que os preços dos veículos retomem uma trajetória ascendente após a finalização do programa de descontos.

Apesar disso, os consumidores que aproveitaram a oportunidade de adquirir carros novos com descontos expressam satisfação. Dentre as 16 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas pelo IPCA, Fortaleza registrou a maior deflação de 5,08% em junho, seguida por Rio Branco (-4,94%), Aracaju (-4,17%), Goiânia (-4,15%) e Rio de Janeiro (-3,80%).

Nesse contexto, os especialistas recomendam cautela aos consumidores interessados em adquirir bens duráveis, como carros, aguardando melhores condições econômicas e juros mais favoráveis para que as aquisições não comprometam o orçamento.

Com a expectativa de que os preços retornem ao patamar anterior e a perspectiva de corte na taxa básica de juros, o mercado automobilístico brasileiro permanece em constante movimentação, apresentando desafios e oportunidades para consumidores e fabricantes de veículos.

(*) Com informações da Folha de São Paulo

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