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Welton Oda

Corrupção: especialidade da direita

Políticos de direita, envolvidos na defesa de líderes evangélicos, contribuem para uma corrupção enraizada na influência religiosa e interesses capitalistas

Corrupção: especialidade da direita

Foto: Norte em Foco

Só para situar: algumas pessoas alegam “não existe esse negócio de direita e esquerda!”. Na história, no final do século XVIII, na França, durante a Assembleia Nacional Constituinte. Desde aqueles tempos que os parlamentares mais conservadores, sentados à direita do presidente, defensores da monarquia, se aglomeravam, enquanto os mais revolucionários, os que defendiam maior poder ao povo, justiça social e democracia sentavam-se à esquerda.

Então, existe sim, esquerda e direita e até os dias de hoje as convicções continuam similares. Assim, desde esses tempos que, de um lado, a direita defende privilégios para os seus, enquanto a esquerda busca uma divisão mais igualitária das riquezas do país. Os que são eleitos pelos ricos, parlamentares de direita, querem menos impostos para a indústria, dinheiro público para financiar o agronegócio, aumento de salários para juízes, deputados, ministros e senadores. Enquanto isso, os parlamentares de esquerda lutam pelo reajuste do salário mínimo, do funcionalismo público, também por mais verbas para a saúde e a educação públicas, dentre outros direitos da população, em geral.

Deste modo, mesmo quando agem dentro da lei, os parlamentares de direita tem como função roubar dinheiro público e desviá-lo para a iniciativa privada. Essa é a grande contradição da direita: por um lado, defendem a livre concorrência e um mercado livre, por outro, como não conseguem se sustentar, vivem de meter a mão nas riquezas do país. Se no discurso eles produzem a riqueza nacional, na prática, apropriam-se do dinheiro, enriquecem a si próprios e até mesmo o alimento de que se gabam em produzir não é, de fato, produção do agronegócio, que só produz grãos para exportação.

Os deputados de direita e, agora os de extrema-direita, também se especializaram, agora, em defender o interesse de ricas lideranças religiosas evangélicas, que, atualmente, constituem boa parte dos conglomerados capitalistas do país, uma verdadeira indústria da fé, sustentada por dinheiro público e pela doação voluntária de parte da população mais pobre do Brasil.

Nas últimas semanas, duas operações da Polícia Federal, a “Mensageiro” e a “Limpeza Urbana”, para apurar esquema de corrupção em serviços de limpeza pública prendeu 18 prefeitos no Estado de Santa Catarina. A referência a isso é simbólica, porque TODOS os prefeitos presos pertencem a partidos de direita, sendo 5 do MDB, 4 do PL, 2 do PSD, um do Patriota, outro do Podemos e um do Republicanos.

Ao longo de toda a história do Brasil (e também de outros países), sempre foi assim. Mesmo que alguns sustentem a frágil narrativa de que o PT é o partido mais corrupto do país, que o “mensalão”, o “petrolão” e outros casos demonstram isso, nada mais falso. Mesmo nestes casos mencionados, nem de longe, pessoas ligadas ao PT foram as principais beneficiárias, sendo casos de corrupção que beneficiaram, sobretudo o MDB e até mesmo o PL. Levantamentos feitos pelo Tribunal Superior Eleitoral, ao longo dos anos, também demonstram isso. Partidos de direita possuem o maior número de parlamentares processados e cassados por corrupção, enquanto, na esquerda, esse número é muito reduzido.

Não sou tolo de afirmar que não há desvios éticos na esquerda. Partidos de esquerda, no Brasil, possuem pessoas que não comungam com seus ideais, são corruptos, mas, certamente, constituem exceções. Na direita, pelo contrário, a corrupção é a regra, o modus operandi, a natureza de sua política. Assim, se você não é um rico empresário, filho de milionários, banqueiro ou latifundiário, não tem porque votar em políticos de direita. Eles jamais moverão uma palha para te apoiar, mesmo que, em esquemas de compra de votos, possam parecer bonzinhos com as migalhas que oferecem em troca de ricos salários e uma vida de propinas e corrupção.

Não seja otário, vote na esquerda!

(*) As opiniões e comentários emitidos pelos colunistas não necessariamente refletem a opinião do Portal Norte em Foco.

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