Siga nossas redes

Brasil

MST e agricultura familiar: entrevista com Geomar Vilela

Geomar Vilela critica o agronegócio devastador e a mídia que distorce a imagem do MST, destacando a luta por justiça social

MST e agricultura familiar: entrevista com Geomar Vilela

Grupo do MST em passagem por Manaus. Foto: Norte em Foco

Manaus, AM – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é uma organização social autônoma que busca a reforma agrária e um projeto popular para o Brasil. Com presença em todos os estados brasileiros, o MST representa cerca de 450 mil famílias que lutam pela conquista e manutenção da terra, além de enfrentar a falta de infraestrutura em muitos assentamentos. A organização também se dedica à educação do campo, valorizando os saberes e vivências das populações rurais e promovendo a erradicação do analfabetismo e a capacitação de professores.

Em entrevista ao Portal Norte em Foco, Geomar Vilela, membro da coordenação nacional do MST em Roraima, durante rápida passagem em Manaus, criticou fortemente o avanço do agronegócio na região, que, segundo ele, promove um desmatamento desordenado e destrói o meio ambiente. Vilela destacou que o MST está na linha de frente na defesa da agricultura familiar e da agroecologia, uma prática que combina a cultura local com tecnologias sustentáveis. Ele apontou que a produção de alimentos saudáveis é uma prioridade para o MST, embora enfrentem desafios significativos, como a burocracia para a certificação de produtos e a falta de políticas públicas de incentivo.

Vilela criticou a invasão do agronegócio em Roraima, particularmente a grilagem de terras para a produção de soja. Ele destacou que essa prática não apenas expulsa pequenos agricultores de suas propriedades, mas também contribui para o aumento do desemprego e das periferias urbanas. O coordenador também condenou a destruição ambiental promovida pelo agronegócio, que exporta a produção sem beneficiar a economia local.

Além disso, Vilela abordou a demonização do MST pela grande mídia, muitas vezes associada aos interesses do agronegócio. Segundo ele, essa narrativa distorce a realidade e desconsidera as ações humanitárias e sociais do movimento, como a Cozinha Solidária, que tem sido crucial para fornecer alimentos de qualidade e gratuitos para as comunidades carentes.

Para Vilela, a mídia alternativa é essencial para mostrar a verdadeira face solidária do MST e para denunciar as práticas prejudiciais do agronegócio, que exacerbam as desigualdades sociais e destroem o meio ambiente. Ele enfatizou a necessidade de um olhar mais crítico e atento às empresas que exploram os recursos naturais e contribuem para a crise ambiental e social.

Leia mais:

Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais em Brasil